segunda-feira, 30 de março de 2015

Johann Sebastian Bach

Um “louco” que caminhou 200 milhas entre Arnstadt e Lubeck (duas cidades da Alemanhã) para ouvir o organista Dietrich Buxtehude, e perdendo, em decorrência dessa “loucura”, seu emprego. Esse foi Johann Sebastian Bach (1685-1750). Ícone do período barroco da música ocidental, Johann Sebastia Bach, ou simplesmente Bach, foi desde criança um apaixonado pela música, se dedicando incansavelmente ao estudo dessa arte. Conta-se que sua dedicação era tanta que um de seus hábitos mais rotineiros era estudar à luz do luar, costume adquirido na infância.

Vindo de uma longa linhagem de músicos, Bach teve desde muito cedo um terreno fértil para o desenvolvimento de seu talento, muito embora sua vida não tenha sido fácil. Caçula de oito irmãos, Bach ficou, aos nove anos, órfão de pai e mãe, e precisou morar em Ohrdruf junto com seu irmão mais velho, o violinista Johann Christoph. Aos 15 anos, matriculou-se na escola São Miguel de Lüneburg, local onde pode desenvolver sua técnica e conhecimento musical.
Nos anos de 1700, foi nomeado Kapellmeister (mestre de capela) em Cöthen, onde trabalhou sobre a proteção do príncipe Leopold. Foi o momento em que teve maior desenvolvimento de sua obra instrumental, especialmente devido ao sucesso da sua obra Concertos de Brandenburgo, encomendada pelo duque de Brandenburgo. Após trabalhar nas cortes alemãs, Bach mudou-se para Leipzig em 1723, local em que suas obras ganharam um viés mais religioso. São dessa época as famosas obras Johannespassion (Paixão segundo São João, 1723) e Matthauspassion (Paixão segundo São Mateus, 1729).
Sua importância na história da música ocidental é sem precedentes, sendo considerado um ícone não apenas do período em que viveu e compôs suas peças, mas de toda a música erudita. Suas obras foram influências de vários outros artistas da posteridade, entre eles Mozart e Beethoven.
Para mim é particularmente difícil escolher a obra que mais me agrada (apesar de ter escolhido uma obra vencedora).  

TOP 10
10 – Suíte No.3 para Orquestra in D major, BWV 1068
Escolhi essa peça na décima posição porque foi ela que me fez conhecer outra obra de Bach pela qual eu me apaixonei (sétima posição dessa lista). Composta no ao de 1730, trata-se de uma obra composta conjuntamente por Bach, Carl Philipp Emanuel Bach e Johann Ludwig Krebs.


9 – Minueto in G major, BWV 114
Portadora de uma sensibilidade belíssima, essa obra faz parte do conjunto de peças intitulado “Pequeno Livro de Anna Magdalena Bach”. Apesar de estar entre as obras de Bach, é hoje considerada uma composição de Cristian Petzold.


8 – Jesus alegria dos homens, BWV 147
A parte final da cantata Herz und Mund und Tat und Leben é de uma beleza singular, e nos faz sentir o caráter mais puro e celestial que a tradição cristã nos tentou passar durante seus séculos de existência. Etéreo, sacro, imaculado. São essas as palavras que nos vêm quando ouvimos essa peça belíssima.


7 – Ária na Corda sol
Originada da Suíte No.3 para Orquestra, Ária na Corda Sol, ou Ária da 4º Corda,  é uma peça adaptada para violino e piano. Se a Cantata 147 nos remete à figura do pai criador, Ária na Corda Sol nos faz lembrar da Mãe. Portanto, maternal é a palavra que me passa pela cabeça quando escuto essa música. Generalizações a parte, é impossível não se sentir acolhido ao ouvir essa música, e por isso, é uma ótima dica para quem quer ter um início de sono tranquilo.


6 – Tocata e Fuga in D Minor, BWV 565
Essa é, talvez, a primeira música de Bach que eu ouvi sem saber. Sinistro é o adjetivo que melhor se adequaria a essa obra, e por isso ela pode assustar ouvidos mais sensíveis. Mas se é uma peça que nos cause um desconforto inicial, sua técnica logo nos toma, e sem saber já estamos apreciando uma música sombria.



5 – Das Wohltemperierte Klavier [O Cravo Bem Temperado]
Essa música é um teste de paciência do qual eu não tenho modéstia nenhuma de dizer que eu passei sem grandes problemas. Isso porque se trata de uma peça longa. Trata-se de um conjunto de obras para cravo solo. Sua estética e complexidade musical é admirável.


4 – Movimento número 3 do Concerto de Brandenburgo No.3 in G major, BWV 1048
Concertos de Brandenburgo são seis obras compostas por Bach entre 1718 e 1721. O movimento que escolhi para ocupar a quarta posição é movimento número três (allegro) da peça número 3. E não é para menos! Essa música fez parte da abertura do programa Conversa de Músico (programa que passava na TV Senado), programa esse que foi um dos maiores responsáveis pela minha paixão por clássicos da música. Por isso, essa música possui um lugar muito especial na minha história, e foi muito difícil para mim, não colocá-la na primeira colocação. Mas não devo me enganar. Apesar de eu ter um carinho especial por essa obra, ela não é a peça de Bach que me fez adentrar definitivamente no universo erudito.


3 – Badinerie
Tentei me lembrar da primeira vez que ouvi essa música, mas não me lembro. Acho que a ouvi pela primeira vez quando ainda estudava música. Trata-se do movimento número 7 da Suíte No. 2 para Orquestra in B minor (BWV 1067). Escrita para flauta solo, Badineirie é uma música que me faz imaginar crianças brincando. Só não me perguntem o porquê.


2 – Partita in A minor para Flauta Solo, BWV 1013
Trata-se de uma partita em quatro movimentos composta para ser executada por uma flauta transversal, e sua data de composição é desconhecida. Sua segunda posição aqui se deve ao fato de que a flauta é o segundo instrumento musical que eu mais amo. A música que possuo em meus arquivos é executada por Emmanuel Pahud, é a minha segunda escolha quando vou realizar minhas caminhadas ou simplesmente desejo descansar e/ou ler um bom livro.


1 – Seis Suítes para Violoncelo Solo, BVW 1007-1012
Eu tentei, juro que tentei, mas não consegui escolher só uma peça. Eu simplesmente amo essas obras de Bach. A técnica, a estética, e a complexidade dessas obras são de uma singularidade se igual. Posso dizer inclusive que antes de ouvir essas obras, eu tinha uma visão muito preconceituosa sobre o violoncelo, instrumento que agora eu aprecio de forma inigualável. Nem a flauta transversal, instrumento que me fez suspirar por tanto tempo, é tão apreciada hoje por mim quanto o violoncelo. E isso eu devo à influência decisiva dessas peças. Beleza! Essa é a única definição que tenho quando escuto essa obra monumental e, ao mesmo tempo, modesta do mestre Bach.


Referências
Johann Sebastian Bach - Gênio traduz mistérios do sagrado - http://musicaclassica.folha.com.br/cds/17/biografia.html
Johann Sebastian Bach - Curiosidades - http://musicaclassica.folha.com.br/cds/17/curiosidades.html


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